Psicologia Clínica

A psicologia clínica constitui-se como uma área da psicologia que visa promover e fortalecer o desenvolvimento psíquico, compreendendo o mesmo como um processo contínuo e dinâmico. Nesta perspetiva, a intervenção psicológica torna-se útil mesmo em ausência de sintomatologia clínica definida, constituindo-se muitas vezes como imprescindível quando surgem problemáticas manifestas, expressas em reações emocionais, comportamentais, relacionais e/ou em contexto escolar.

Avaliação psicológica

Permite uma análise e compreensão do desenvolvimento emocional, cognitivo e instrumental com o objetivo de avaliar o seu processo normativo e expetável, podendo detetar possíveis desvios na sua maturação natural. Consiste na formulação de um psicodiagnóstico realizado através de entrevista com as crianças/jovens e pais, de técnicas de observação clínica e aplicação de instrumentos de análise padronizados. Através do processo avaliativo poder-se-á definir um plano de intervenção.

Psicoterapia

Consiste numa abordagem terapêutica que mantém como objetivo aceder aos estados emocionais das crianças e jovens, através dos seus padrões de comunicação mais privilegiados seja a comunicação oral, o jogo simbólico, o desenho, a realização de histórias ou outros veículos de representação, expressão e elaboração das circunstâncias ou dificuldades internas.

Psicomotricidade

A Psicomotricidade é uma terapia de mediação corporal que privilegia o jogo da criança, construindo um caminho de maturação que favorece a passagem do prazer de agir ao prazer de pensar. É uma prática que securiza a criança em relação às suas angústias. Dá ênfase às experiências corporais interagidas com o outro e o meio envolvente, uma vez que estas são as fundações do psiquismo, desde as representações mais inconscientes e primárias até às representações mais conscientes.

Intervenção

A Terapia Psicomotora atribui uma grande importância à linguagem do Corpo e, quando a criança apresenta dificuldades a um nível não só funcional, mas sobretudo expressivo e comunicativo, uma intervenção de mediação corporal pretende dar à criança a oportunidade para fazer falar o seu Corpo e torna-lo significante na relação com o outro.

O setting terapêutico permite reinstaurar o diálogo tónico como forma privilegiada de intervenção que nos remete para os aspetos tónico-emocionais mais arcaicos, sendo uma estratégica fundamental para ajudar à constituição da totalidade corporal e da construção da própria identidade.

Psicoterapia pelo Movimento

A especificidade da psicoterapia pelo movimento é trazer o corpo para o processo terapêutico, tendo como pressuposto básico a ligação corpo-mente: mudanças ao nível do movimento e da relação com o próprio corpo correspondem alterações psicológicas e emocionais, e vice-versa. Utiliza-se a linguagem verbal e não verbal para potenciar a comunicação e para estabelecer uma relação terapêutica segura, acedendo a sentimentos e emoções de forma expressiva, promovendo a sua posterior integração.

É baseada na Dança Movimento Terapia (DMT) e pertence às Terapias Artístico-Criativas. Sustenta-se nas investigações que dão primazia à relação entre mente e corpo, e emoções: a um aumento no repertório de movimento corresponde maior saúde mental. Em termos teórico-práticos fundamenta-se na psicologia do desenvolvimento humano, nas investigações sobre a comunicação não verbal, no poder simbólico e criativo do movimento, nas recentes descobertas das neurociências, e nos diferentes sistemas de análise e observação do movimento.

Intervenção

No trabalho com crianças, muitas vezes não dotadas de uma linguagem verbal que lhes permita comunicar todo o seu mundo interior e estabelecer relações positivas, a utilização do corpo e da sua linguagem – o movimento, permite-lhes o estabelecimento de uma relação terapêutica de confiança, que proporcionará o desenvolvimento de novas formas de relacionamento e de ferramentas para lidar com as suas próprias problemáticas e dificuldades.

Psicoterapia de Grupo da Infância e Adolescência

A Psicoterapia de Grupo na Infância e Adolescência é uma das abordagens para intervir nas principais dificuldades de desenvolvimento destas etapas. Esta intervenção terapêutica centra-se numa dupla abordagem, seja na relação com as problemáticas individuais, assim como, nas problemáticas comuns a todo o grupo.

Uma intervenção que dá resposta às problemáticas que são clinicamente classificados como: Hiperatividade e/ou Deficit de Atenção, Perturbação do Comportamento, Perturbação da Aprendizagem, Absentismo e/ou Recusa Escolar, Isolamento Social, Perturbação Depressiva, Perturbação do Espectro Autismo.

Modalidade

Decorre uma vez por semana, com duração de 90 minutos, em horário compatível com a frequência da escola. Contempla também diferentes reuniões com os pais e articulação com as escolas.

Ferramentas

A abordagem terapêutica em grupo é sensível a diferentes intervenções de âmbito psicoterapêutico, desde o Sociodrama, a Terapia Psicomotora, Terapia Ocupacional, Terapia pelo Movimento, entre outras. Estas abordagens têm em comum, a mobilização do corpo nas suas diferentes dimensões, favorecendo um vínculo seguro que possibilita desenvolver de forma harmoniosa o potencial inerente à infância e adolescência.

Terapia Familiar

A terapia familiar sistémica é um método psicoterapêutico que utiliza como meio de intervenção sessões com os vários elementos da família, permitindo a cada um situar-se nos contextos em que estão implicados.

A intervenção visa devolver à família a capacidade de resolução da crise , de forma activa e em colaboração com cada um dos seus elementos, questionando o que os liga entre si, as suas trocas dinâmicas, o que pode ser fonte de bloqueio ou quais os recursos em que se podem apoiar para ultrapassar os problemas existentes.

De uma maneira geral, ajudar a família a reconhecer a complexidade dos seus jogos e dificuldades relacionais e a delinear estratégias de mudança, desbloquear dificuldades de comunicação e melhorar dinâmicas familiares.